Masculinidades e pornografia: precisamos falar sobre isso!
- Mapear
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
Para quem já nos acompanha há algum tempo nas redes e por meio dos nossos artigos, vai se lembrar que a masculinidade baseada no machismo é, antes de tudo, uma forma de validação social. Desde muito cedo, os meninos precisam performar uma masculinidade sobre a qual nem sequer tiveram a chance de dizer se acreditam ou mesmo se desejam. Ser reconhecido como homem na sociedade envolve cumprir esses estereótipos. E, entre eles, está a pornografia.
Pesquisas mostram que, em geral, a idade média para o primeiro contato com a pornografia é entre 9 e 13 anos — e esse acesso ocorre majoritariamente por parte de meninos. Eles acessam esses conteúdos por meio de smartphones, redes sociais e sites. Aqui, vale ressaltar que a pressão dos pares, a curiosidade e a excitação são as maiores motivações para esse consumo.
Sem sombra de dúvidas, os conteúdos pornográficos reforçam normas da masculinidade tóxica (ou, como chamamos, “normas rígidas de masculinidade”), como a dominação, a agressividade e a objetificação.
É importante salientar que, na ausência de um diálogo doméstico sobre educação sexual, em muitos casos, a pornografia se torna o principal "educador" dos meninos sobre práticas sexuais. Isso impacta diretamente em performances sexuais egoístas, violentas, agressivas e frustrantes.

Pesquisas sobre pornografia e masculinidade apontam que um dos efeitos do acesso precoce e excessivo à pornografia é o desenvolvimento de ansiedade, dependência e disfunções sexuais, entre outros. Meninos e homens tentam reproduzir performances sexuais como as dos atores pornôs e se frustram ao não conseguir. Esse fato pode desdobrar-se em violência contra suas parceiras e afetar negativamente sua saúde mental. Por outro lado, adolescentes que consomem pornografia com regularidade tendem a ver as mulheres como objetos sexuais e podem desenvolver atitudes sexistas.
É importante destacar que o uso excessivo de pornografia pode levar a sintomas depressivos, dificuldades de interação social, problemas comportamentais e baixa autoestima. Alguns adolescentes desenvolvem dependência de pornografia, o que afeta negativamente seu desenvolvimento saudável a longo prazo.
Estudos comprovam que os meninos têm maior probabilidade de consumir pornografia do que as meninas, e que esse consumo influencia mais fortemente suas atitudes em relação aos papéis de gênero.
É essencial que, nos ambientes domésticos e de socialização dos meninos, o tabu seja quebrado e que se discuta abertamente sobre pornografia, para que eles compreendam os impactos que esse tipo de conteúdo pode ter em suas vidas e relações.
Vamos dialogar mais sobre o tema?
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