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O pacto do machismo que age nas estruturas da sociedade: olhando o caso do ex-jogador Daniel Alves

  • Foto do escritor: Mapear
    Mapear
  • 30 de mar.
  • 2 min de leitura

A anulação da condenação do jogador Daniel Alves nos chama a atenção para o pacto do machismo e sua ação nas estruturas sociais.

Ainda que haja provas, a fala de uma mulher é posta em suspeição, pois o machismo faz com que sua palavra seja desconsiderada por quem a julga, em geral.

Como explicar esse fenômeno?

Vamos tentar! Quantas vezes você já ouviu uma mulher dizer que, ao denunciar uma violência sexual ou doméstica sofrida, ela foi colocada em dúvida e, em muitas situações, desacreditada?

Pois é! Nesses casos, mesmo quando a vítima está diante do agente da lei, o pacto do machismo faz com que ele se conecte com o agressor (o homem) e, simplesmente, não ouça o relato da vítima. Lembro-me de um policial que, numa formação, dizia que, quando ouvia uma vítima de violência, a questionava, quase atribuindo a ela a responsabilidade pela violência sofrida. Em uma sociedade machista e patriarcal, o que vale é a palavra do homem.

Ainda que essa sociedade demonstre sinais de rompimento com o machismo, a atração para as práticas misóginas, machistas e de iniquidade de gênero é mais forte. Assim, no final do processo, a vítima cai na armadilha do machismo, mantendo o status quo.

No que se refere à justiça espanhola, todas as esperanças nos levavam a acreditar que o ex-jogador seria devidamente punido pelo que fez. O que não aconteceu, conforme o anúncio da anulação da condenação do ex-jogador, ocorrido no dia 28/03.

Como mudar esse cenário global?

É necessário um processo de formação sobre equidade de gênero e masculinidades para os agentes do judiciário (para todos os agentes). É preciso que a sociedade compreenda o pacto do machismo para que possa rompê-lo. Só é possível uma mudança estrutural quando analisamos o fenômeno e buscamos saídas nesse labirinto. Não é simples nem simplista. É complexo, mas possível. Esse movimento precisa ser coletivo, e o trabalho deve ser de todos, principalmente dos homens.

As formações sobre masculinidades, com um enfoque transformador de gênero, são urgentes. Para além delas, é necessário atuar junto ao judiciário e ao legislativo, promovendo mudanças e aprimoramentos das leis, e ao executivo, para fomentar trabalhos sobre masculinidades positivas nos territórios.

 
 
 

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